segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O lado adulto

Bárbara é minha irmã. Ela tem 10 anos de idade.
E com ela eu aprendo como é triste quando a gente tem o lado adulto mais forte que o lado criança. É praticamente uma tragédia.

Dia desses ela veio passar alguns dias das férias na minha casa para aproveitarmos a praia. Bárbara mora em Gaspar.

Depois de alguns dias de tempo fechado (e sem praia), eu já estava preocupada com a frustração que isso podia trazer. Então fomos passear em Balneário Camboriú, visitar a casa do Papai Noel e procurar presentes – tudo isso na chuva e na rua!

Quando eu achei que ela ia pedir pra ir embora, triste por não aproveitar a praia, ela disse:

- Que tempinho maravilhoso, ein, Paty?! Que delícia essas pingos de água assim caindo no corpo!

É bem isso. Depois de dias de chuva justamente no período que ela escolheu pra ir a praia, ela disse “Que tempinho maravilhoso!” sem qualquer indício de ironia nas palavras.

Rainha Bárbara

Mais tarde, quando fomos dormir, ela tinha que escolher entre quatro travesseiros. Escolheu o mais velhinho. Ruinzinho que dava dó.

- Escolhe outro. Ó, esse é novo! – eu aconselhei.
- Não, esse é bom.

No outro dia, antes mesmo de eu ouvir o “bom dia” preguiçoso que ela dá todas as manhãs, acordei com ela falando assim:

- Que travesseiro gostoso, Paty! Poxa!

Mas Bárbara não é sempre assim. Quando eu chego na casa dela, a primeira pergunta que me faz é:
- Paty, quando tu vais embora?

E assim que eu respondo, ela começa a ficar triste porque diz que já está pensando na hora que eu vou pra minha casa.

Esse deve ser o lado adulto dela. Fazer o quê... Todo mundo tem, né!?

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