domingo, 23 de janeiro de 2011

O mundo fechou. E está para alugar.

Lá dentro tem um mundo. Lá você pode ficar feliz ou triste. Se emocionar ou dar gargalhadas. Pode chorar. Rir também.  Quem sabe até se transformar em uma pessoa melhor.
Lá dentro talvez você tenha uma idéia para melhorar um sentimento ruim escondidinho lá no coração e que há tempo você quer se desfazer dele. Ou quem sabelá você gaste alguns trocados com algo que vai trazer momentos de felicidade para alguém que você ame.

Não é pouca coisa. Tudo isso estava lá. Mas quase ninguém quis entrar. Quase ninguém parou para olhar. E na porta desse mundo agora está escrito: “aluga-se”.

Estou em Itajaí há 8 anos. De lá pra cá, vi quatro livrarias fecharem. Quatro, de 5!
Se não estou calculando errado, hoje existe apenas uma na cidade. E dentro de uma universidade. UMA – para 180 mil habitantes. UMA – e bem escondidinha, do lado de um prédio freqüentado por acadêmicos de Direito e de Jornalismo. A última que fechou deve fazer poucas semanas. Eu só passei por lá na semana passada.


Meu primeiro emprego foi uma livraria. O slogan dela era “o mundo mágico dos livros”. Nem precisava ser tão sugestivo para eu viajar enquanto trabalhava. Enquanto os clientes não entravam, o passatempo era ler – pelo menos um pouco – dos melhores livros da atualidade. Ou dos melhores livros clássicos. Nada mal, ein?

Só saí da livraria porque tinha a necessidade de contar histórias, de andar na rua – o que pode ser traduzido como “ser repórter”. Não fosse essa minha profissão, certamente voltaria a entregar currículos em livrarias.

Pode ser algo pessoal então?
Não sei. Mas me aperta o coração passar pela frente de mais uma livraria com a assustadora placa “aluga-se” substituindo os cartazes de divulgação de lançamento de livros.
Então só os acadêmicos de Direito e de Jornalismo estão lendo? E as crianças das escolas, os adolescentes? E como os pais estão dando o exemplo para os filhos, de trocar as novelas mal intencionadas pelos livros com histórias bem contadas?

Estranho... não vejo lan houses, bares e boates fechando com tanta frequência. Mas cada um escolhe o mundo em que vive, né? 

sábado, 1 de janeiro de 2011

Patrícia, se posiciona!


- Patrícia, se posiciona!

Estas foram as palavras que mais ouvi durante a minha virada de ano. Eu estava em Balneário Camboriú, transmitindo ao vivo – com exclusividade - o réveillon para a Record News.

Em Floripa, no estúdio, estava Ruth Enricone, comandando a transmissão.

- Patrícia, se posiciona....
- Atenção.
(frações de segundo em silêncio).
- Foi.
(Roda vinheta e Ruth começa a falar)

Estes eram os comandos que eu ouvia através do ponto eletrônico que fica no ouvido do repórter para ter contato com a produção. E no meio da multidão, eu entrava falando sobre o que aquelas pessoas veriam nos próximos minutos.

Esqueci de bater foto da nossa transmissão. Segunda-feira dou um jeitinho nisso...

- E para essa festa ser bonita, tem que ter segurança. Eu converso agora com o comandante da Polícia Militar de Balneário Camboriú....

Era impossível o texto chamar mais atenção do que a imagem.
Eu tenho 1 metro e meio de altura. E o entrevistado: 2,04m.
Foi divertido.

Ao contrário do que acontece na maioria das vezes, eu comecei como repórter fazendo participações ao vivo. Era no Jornal do Meio-Dia, com Graciliano Rodrigues. Primeiro era previsão do tempo. Depois, substituindo repórteres que estavam de folga ou de férias. Depois fui pra rua fazer reportagem.

Mas até hoje – nesse pouco tempo em que estou na área – nunca tinha feito um ao vivo tão gostoso e tão certinho.

Sabe como é. Ao vivo acontece de tudo... DE TUDO! rsrs

Mas deu tudo certo. Eram 4 câmeras na praia fazendo a transmissão. E outra capturando imagens para a reportagem do dia seguinte.

Pra mim, a melhor coisa que tem de fazer na minha profissão é ao vivo. É sensacional saber que tem milhares de pessoas te ouvindo no exato instante em que você está falando. Bom demais!

Mas se tem um desejo que eu tenho para 2011 é crescer um pouquinho mais. De altura mesmo! Esticar o braço lá pro alto e olhar pra cima pra entrevistar é demais pra mim! J

Feliz 2011 pra todos nós!